Acabe, rei fraco de Israel que se deixou dominar por sua má
rainha Jezabel, que matou Nabote para apossar-se de sua vinha.
Abri ao meu amado, mas
já ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu quando, antes,
ele me falou: busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu.
Cântico
dos Cânticos de Salomão, cap. 5:6.
A culpa é toda minha;
Porque se definha
A enorme possibilidade
Que sem alarde
Abre o horizonte
Para o Ser Humano ir
avante
Nas suas perquirições
E encontrar então
Um mundo mais largo.
Não ter a suficiente
Força de coragem
Para vencer a miragem
De um pequeno espaço
Que carrega no seu
regaço
Possibilidade tão pouca;
É espírito de covardia,
Que dia após dia,
Tem de se extinguir.
Não expulsar o Acabe
Que a Alma invade
Para fazê-la fugir do
bem;
É dar vazão a Jezabel,
Que matou Nabote,
Para apossar-se de uma
vinha,
Que para ele continha,
Toda a sua existência.
Não se pode culpar ninguém,
Quando a pessoa não vai
além,
De um limite criado,
Por si mesma.
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