BEBER TODO O OCEANO
19 Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhecer a
hora do seu ocaso.
Livro dos Salmos, cap. 104:19.
Se não há ressurreição,
Por que você espera aflita
Pela manhã que ressuscita
Trazendo o brilho do sol?
Ele morreu
Fazem poucas horas
E você acha tal demora
Uma eternidade,
Querendo ver de novo a aurora.
Se não há ressurreição,
Por que você planta uma semente
E aguarda contente
Pela aparição da flor?
“Vejo uma flor
seca, sem ar
Cá esquecida em um caderno,
E meu espírito prosterno
Num esquisito meditar:
Floriu quando? Onde? Em que estação?”
Cá esquecida em um caderno,
E meu espírito prosterno
Num esquisito meditar:
Floriu quando? Onde? Em que estação?”
Alexander
Pushkin, romancista, poeta e dramaturgo russo (1799-1837).
Se não há ressurreição,
Por que você coloca no chão
Um monte de grão
De trigo e de feijão
E espera por uma boa colheita?
Se nada pode ressurgir,
Por que você fica a insistir
Molhando a cova
Onde plantou toda prosa
As sementes de maçã?
“Quando
temos sede parece-nos que poderíamos beber todo um oceano: é a fé; e quando
bebemos, bebemos um copo ou dois: é a ciência.”
Anton Tchekhov, escritor e dramaturgo
russo (1860-1904).
Se não há ressurreição,
Por que você se desespera
Quando o tempo fica seco
E falta o esterco
Para você obter
Uma bela vegetação?
Quanta contradição
Inunda a razão
De quem só usa a inteligência,
Olvidando o coração.
“Que sorte
possuir uma grande inteligência: nunca te faltam asneiras para dizer.”
Anton Tchekhov, escritor e dramaturgo
russo (1860-1904).
Nenhum comentário:
Postar um comentário