segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Culpa minha


       Acabe, rei fraco de Israel que se deixou dominar por sua má rainha Jezabel, que matou Nabote para apossar-se de sua vinha.

 

  
                     Culpa minha

 

Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu quando, antes, ele me falou: busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu.

Cântico dos Cânticos de Salomão, cap. 5:6.

 

A culpa é toda minha;

Porque se definha

A enorme possibilidade

Que sem alarde

Abre o horizonte

Para o Ser Humano ir avante

Nas suas perquirições

E encontrar então

Um mundo mais largo.

 

Não ter a suficiente

Força de coragem

Para vencer a miragem

De um pequeno espaço

Que carrega no seu regaço

Possibilidade tão pouca;

É espírito de covardia,

Que dia após dia,

Tem de se extinguir.

 

Não expulsar o Acabe

Que a Alma invade

Para fazê-la fugir do bem;

É dar vazão a Jezabel,

Que matou Nabote,

Para apossar-se de uma vinha,

Que para ele continha,

Toda a sua existência.

 

Não se pode culpar ninguém,

Quando a pessoa não vai além,

De um limite criado,

Por si mesma.
 
 
 

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